EXPEDIÇÃO ACROBATAS NA CURVA DO TEMPO PRÓXIMO PASSO
Em
maio de 2011 o Instituto de Ecocidadania Juriti realizou a Expedição Acrobatas da Serra da Capivara
patrocinada pelo Programa BNB de Cultura, uma ação em Rede com a participação de 4 instituições que compõem
a Rede Circo do Mundo Brasil, organização que reúne 25 circos sociais
espalhados por todo o território brasileiro que tem em comum a pedagogia do
circo social e tem como formador o Cirque du Soleil. Tivemos a oportunidade de
conhecer as inscrições contempladas na pesquisa de Alice Viveiros de Castro
sobre as inscrições rupestres que se assemelham a movimentos acrobáticos, mapeando
o caminho da Expedição Acrobatas da Serra da Capivara e descobrindo novas
imagens rupestres que se assemelham as imagens de artes do circo, realizando
uma releitura corporal das inscrições dos Acrobatas da Serra da Capivara, com o
acompanhamento de cientistas do Museu do Homem Americano, do Parque Nacional da
Serra da Capivara e de integrantes da ONG PROART. Montamos um espetáculo
acrobático a partir das inscrições revisitadas dirigido por Alice Viveiros.
Esse primeiro esboço do espetáculo foi apresentado no anfiteatro da Pedra
Furada para a comunidade do entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara.
Sistematizamos
a experiência acompanhada de um encarte
com documentário em vídeo, coletânea em cd da trilha sonora original do
espetáculo, diário da Expedição e um quebra cabeça tendo como tema as inscrições
dos acrobatas da Serra da Capivara que se assemelham as imagens da arte do
circo. Este material está sendo produzido e será distribuído juntamente com o
kit pedagógico produto desta segunda fase do projeto.
Com
esta experiência pretendemos “democratizar e ampliar o conhecimento científico
no campo do patrimônio arqueológico, de forma a promover a preservação deste e
garantir a apropriação e o compartilhamento de responsabilidades por populações
locais através da montagem cênica” Acrobatas na Curva do Tempo sobre os
desenhos rupestres de 4 Sítios Rupestres do Nordeste :Parque Nacional da Serra
da Capivara; Sítio rupestre de Afogados
da Ingazeira (próximo 5 km
do povoado de Queimada Grande);Sítio rupestres de Delmiro Gouveia, em Alagoas e
Sítio rupestre de Quixaramubim (Pedra
do Letreiro,Canhotinho e São José)
decodificando o conhecimento científico em linguagem popular demonstrando sua importância para humanidade.
Após
a realização da Expedição Acrobatas da Serra da Capivara, que conseguiu
mobilizar e sensibilizar tanto a comunidade científica do Parque Nacional da
Serra da Capivara quanto os moradores do entorno, os jovens que participaram da
experiência manifestaram seus desejos de dar continuidade a este processo. Eles
sentiram a necessidade de ensaiar e se apresentar em outros locais com características
semelhantes a da Serra da Capivara e ampliar a pesquisa sobre as artes
rupestres que se assemelham aos movimentos acrobáticos circenses.
O
circo social tem o papel de aproximar o saber formal do saber informal de forma
lúdica, leve e prazerosa difundindo a importância das artes rupestres e sua
preservação, principalmente para as populações do entorno. Aproximando
crianças, adolescentes, adultos jovens, adultos e idosos desta temática que
ainda tem muito chão para ser difundida.
Com
a montagem e apresentações deste espetáculo estaremos trazendo para a arte
contemporânea as manifestações artísticas da pré-história com destaque para dar
visibilidade as artes rupestres que se localizam em Carnaúba do Dantas (RN) , Delmiro Gouveia(AL), Quixaramubim (CE) e São Raimundo Nonato(PI), pois os
resultados das pesquisas de imagens rupestres estarão sendo projetadas durante
as cenas do espetáculo.
Com
uma linguagem moderna, estaremos chegando até as pessoas mostrando a relevância
cultural, educacional e social das artes rupestres.
Todos
os jovens integrantes do espetáculo vivem em situação de risco social e estão
construindo suas cidadanias através da arte do circo: neste projeto eles terão
oportunidade de formação circense de excelência e de informação sobre as artes
rupestres a partir de o seu próprio olhar, pois participando das expedições
eles estarão sendo sensibilizados para a pesquisa, sistematização e inclusão
das suas descobertas no próprio processo de montagem do espetáculo Acrobatas na
Curva do Tempo.
O
inédito da experiência é essa junção das artes circenses com a disseminação de
conhecimentos sobre artes rupestres. O circo chama atenção das pessoas, o circo
social tem o papel de educar de forma informal as pessoas, atraindo todas as
idades para o desafio, para o mundo pelo avesso e nesta dinâmica se introduz
informações visuais e textuais sobre as artes rupestres.
20 jovens integrantes de projetos de
circo social estarão participando do espetáculo e dando continuidade a pesquisa
das imagens rupestres que se assemelham com movimentos circenses acompanhados
por uma equipe multidisciplinar composta de uma experiente diretora de arte, de
um educador físico com especialidade em técnicas circenses, de um pesquisador
de sons, de uma produtora geral e de uma produtora executiva e de cientistas
que trabalham nos referidos sítios, que estarão sendo contactados para uma
relação dialógica com o grupo por ocasião da realização das 04 expedições.
Realizaremos 04 expedições com 04
ensaios programados do espetáculo Acrobatas
na Curva do Tempo e ao longo da experiência vamos produzir 4 documentários
visualizando os sítios rupestres pesquisados e dialogando com os moradores dos
seus entornos. Esse material vai compor um Kit pedagógico que será distribuído
para todas as escolas das cidades do entorno dos referidos sítios.
Ao longo das expedições os jovens do
projeto participarão de 4 oficinas:uma de confecção de figurino, com a Mestra
Fanca(ação Griô Nacional), do Juazeiro do Norte na primeira expedição, uma oficina
de sonorização e iluminação na segunda expedição; uma oficina de maquiagem
utilizando material colhido no próprio ambiente natural na terceira expedição e
uma oficina de teatro na quarta expedição.
Dispomos de todo material cênico
circense, como também som e luz, que representa uma das contra partidas do
projeto, além da participação de uma especialista em educação popular que vai
facilitar as práticas lúdicas o resgate dos diferentes pertencimentos do ser e
suas sensações por intermédio dos cinco sentidos, além de perceber a si, ao
outro e o entorno e de uma doutoranda em Arte Educação que
realiza uma interpretação a partir do aspecto formal entre a arte rupestre
observada nas visitações e os diferentes padrões decorativos que correspondem a
representação gráfica da força vital, entendida como a circularidade da
vida, onde tudo é sagrado e está em
interação que
participaram da Expedição Acrobatas da Serra da Capivara.
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